Os avanços econômicos e sociais proporcionados pelo governo
Lula são reconhecidos pela maioria da população desta terra tupi e por governos
e instituições internacionais. Embora se presencie um esforço imensurável por
parte da elite brasileira no sentido de apagar as marcas deixadas pela era Lula
em uma clara e fracassada tentativa de desmoralizar o seu governo, o país
prossegue no caminho do desenvolvimento com distribuição de renda.
As críticas direcionadas ao bolsa família, instrumento importante
no combate a miséria, e também a tantos outros programas sociais, são praticados
pelos mesmos atores que historicamente nunca se preocuparam com a grande massa
de pobres e excluídos da nação. Não fizeram e não deixam fazer.
A máxima difundida durante anos de que o “bolo precisa
crescer para depois ser distribuído” caiu em descrédito ao impedir que gerações
inteiras tivessem acesso ao emprego, saúde, educação, moradia e outras
condições básicas, imprescindíveis ao bem estar e a dignidade humana.
Afirmar que o governo Lula herdou a estabilização econômica dos
tempos de FHC representa uma verdade parcial, uma vez que a economia deve ser
medida também pela melhora das condições de vida do povo, um conjunto que não
se resume somente ao controle da inflação. Devemos lembrar, sem a hipocrisia de
negar os benefícios do plano real, que a estabilização econômica foi obtida com
reservas financeiras das grandes privatizações de setores estratégicos como
mineração, telecomunicações, energia, etc., e que por sinal não impediu a
explosão da dívida pública.
Se “ganhamos de um lado”, perdemos de outro, ao vendermos
(doarmos) o patrimônio nacional a exploração de grupos privados, o ato reafirma
e admite a incapacidade de um determinado governo em gerir e colocar em competitividade
no mercado as empresas estatais, orgulho do povo brasileiro.
Não se trata de xenofobia a grupos estrangeiros, ou preconceito
ideológico a presença da iniciativa privada em geral, os investimentos são bem
vindos e necessários, apenas desejamos uma objetiva diferenciação entre o papel
do estado e o do setor privado na economia e na sociedade.
Pensar em um estado fortalecido além dos limites adequados sufoca
a iniciativa privada e coloca em risco a própria democracia, conduz a um nacionalismo
totalitário e doentio, de outro modo, se fortalecemos excessivamente o setor
privado tornando o ente federativo excessivamente dependente de capitais de
terceiros, este, se torna incapaz de interferir na economia vindo a
possibilitar por experiência histórica, o abuso econômico, concentração de
renda, bolhas financeiras, crises e suas lastimáveis consequências.
O governo Lula sabiamente buscou o equilíbrio, tarefa nada
fácil em um país com quinhentos anos de dominação onde ainda impera a cultura de
inferioridade do povo diante das antigas oligarquias e das nações
desenvolvidas. A chegada de um nordestino e operário a presidência da república
ajudou a quebrar esse triste paradigma de submissão e a resgatar o sentimento
de capacidade de nosso querido e sofrido povo.
Não há qualquer dúvida em relação as conquistas alcançadas
pelo governo Lula, porque grande parte da população a experimentou na própria
vida, avanço encarnado, real, cuja mídia reacionária já não consegue se
contrapor. O projeto se consolida e avança no governo Dilma, pessoa de grande
capacidade de gestão e que enfrenta enormes desafios.
Restou a uma mulher no poder o embate com o capital
financeiro na política de juros, tentativa que no passado já levou a queda de
presidentes, a disputa se estendeu a empresas de cartão de crédito, energia e
outros. O saldo atual revela um período de pleno emprego, embora ainda precisamos
melhorar muito a média salarial dos trabalhadores brasileiros.
O governo de Dilma Roussef vem sendo reconhecido pela
população, porém, tem dificuldades enormes de diálogo com as organizações da sociedade
como os pequenos empresários, sindicatos e movimentos sociais. A forte pressão de
grandes grupos econômicos no congresso tem atrapalhado o equilíbrio de forças.
O governo precisa abrir urgentemente a discussão sobre os gargalos da economia com
os diversos segmentos sociais com a finalidade de obter apoio e respaldo necessário
as mudanças. Não existe sucesso duradouro a qualquer governo que se priva do
debate com o conjunto da sociedade pensando que tal atitude leva a morosidade
de ação.
O atendimento de forma unilateral tem conduzido a medidas
incompletas, o que tem prejudicado determinados setores da economia, embora,
pareça beneficiar ao conjunto da sociedade. Tal postura intransigente se diferencia
cada vez mais do governo Lula, reconhecidamente aberto ao diálogo.
A fragilidade do PIB de 2012 - (0,9%) não pode ser somente atribuída
a crise internacional, não se trata obviamente reduzir aqui a gravidade do
fato, mas devemos concentrar maior esforço para destravar a competitividade da indústria
nacional. Reduzir drasticamente a tarifa de energia sem enfrentar a carga
tributária é mais uma medida parcial, e que pode resultar da maneira precipitada
como foi feita, a uma crise de investimentos no setor nos próximos anos, tendo assim
efeito contrário e danoso ao que se pretendia.
Não basta fazer, deve-se avaliar as consequências de médio e
longo prazo dessas medidas, evitando assim, a perda de capacidade do investimento
como ocorreu com a Petrobras.
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